terça-feira, 6 de dezembro de 2016

MEU REPÚDIO AO BLOG GUAMARÉ EM DIA

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Qualquer pessoa pode ter um blog. Com os avanços da tecnologia, inclusive no Brasil, todo usuário de internet pode criar, desenvolver e utilizar um blog, que em resumo é uma revista eletrônica que visa informar, entreter e disseminar conteúdos profícuos e fecundos na rede mundial de computadores. No universo virtual existem blogs para os mais variados gostos, não há restrição de conteúdo aos blogueiros. 
Nesse meu blog, espaço privado, de uso exclusivo da minha pessoa, venho realizar uma "denúncia" virtual. Existe um blog que tem sido leviano, promíscuo, indecoroso, prosélito, e falacioso. Totalmente ligado a determinado político da Cidade de Guamaré, o Blog Guamaré em Dia, faz uma sórdida atuação nas mídias sociais, elencando mentiras, falácias, distorcendo a realidade e um proselitismo barato, medíocre e hipócrita. Não sendo o bastante, no período eleitoral, o blog citado desonrou o processo naquela cidade, pois a "paixão" desenfreada com o candidato Hélio era tamanha, que o cegou a ponto de espalhar discórdia na sociedade por suas postagens inescrupulosas. Visando seu próprio desejo - fato repudiado por aqueles que entendem de imprensa -, olhando pra seu benefício e só, destruiu "virtualmente" a credibilidade de seu blog, quando de forma irresponsável, utilizou-se de jogo podre de sensacionalismo, a fim de denegrir a imagem do candidato da oposição, o senhor Mozaniel Rodrigues - pelo TRE, prefeito eleito de Guamaré. Não obstante a isso, insiste em tornar o senhor Hélio em um "deus", haja vista, o blogueiro elevar tanto esta pessoa, a ponto de quase render graças e louvores ao atual prefeito, chegando a ser asquerosa e nojenta tamanha idolatria. Se o prefeito é tão bom, tão especial, tão "tão", crie o blog "Hélio em Dia", assim sendo fará jus ao que já é praticado... Realmente é muita falta de assunto. Falta de profissionalismo. Falta "do que fazer". Querendo usar de postagens tendenciosas e manipuladoras, principalmente, ao incitar indoutos e incautos a concordarem com seus despautérios e tolices. Leia mais, aprenda mais, busque realmente conhecimento sobre o que fazes. Já falara o grande Monteiro lobato : "Quem mal lê, mal fala, mal ouve e mal vê!". Aprenda com grandes mestres e não se deixe levar por um egocentrismo pífio e funesto. Não toque no nome de outras pessoas, mude o segmento do seu blog, que seja apenas para "honra e glória" de Hélio. Deixe Mozaniel em paz! Será que não está percebendo que está proferindo a própria sentença punitiva? Será que esses anos todos de blog não foram suficiente para lhe dar ombridade? Infelizmente, nem todo blogueiro é digno de confiabilidade. Nem sempre um blog com muitas visualizações seja a expressão da qualidade, existem diversos meios eletrônicos, escusos, claro, que aumentam rapidamente a quantidade de visitas. É de se lamentar uma oportunidade perdida de agregar valor e cultura ao povo de Guamaré. 
Por isso, muitos, inclusive eu, não se cansam de lutar por dias melhores no social, no profissional, e até mesmo no virtual...

Não é por nada, mas GUAMARÉ MERECE MAIS

domingo, 4 de dezembro de 2016

HITLER NÃO ERA SOCIALISTA

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A primeira evidência do antissocialismo de Hitler já havia aparecido depois de algumas semanas após se tornar chanceler, quando começou a perseguir comunistas e socialistas. Alguns dizem que isso não implica em antissocialismo, pois perseguir outros socialistas e comunistas era uma prática recorrente em ditaduras comunistas.


No entanto, isso não explica o por que que a política de Hitler era absolutamente definida como uma guerra ao bolchevismo - o que o fez ganhar apoio de conservadores, classes médias e burgueses industriais.

O argumento acima é do historiador, jornalista e blogueiro do Jornal Telegraph, Tim Stanley. Ele é especialista em História dos Estados Unidos e contribui para a revista History Today. Cansado de ler por aí que Hitler era um socialista, ele resolveu postar em seu blog um artigo onde defende que Hitler não era um socialista.

Segundo Stanley, Hitler não pode ser um socialista, pois ofereceu uma aliança entre o capital e o trabalho na forma de corporativismo, com o propósito de evitar a luta de classes. Ideal completamente oposto ao Socialismo, já que o mesmo é definido pela luta de classes onde há uma vitória absoluta do proletariado contra as classes dominantes.

"O marxismo é definido pela luta de classes, e o socialismo é realizado com a vitória total do proletariado sobre as classes dominantes. Por outro lado, Hitler ofereceu uma aliança entre o trabalho e o capital, na forma de corporativismo - com o propósito expresso de prevenir a guerra de classes."

Ele lembra que poucos na época interpretavam mesmo o Terceiro Reich como uma sociedade socialista, e que a aliança de capital e trabalho feita por Hitler deixou evidente para os marxistas que esse suposto socialismo era na verdade uma fraude, pois se tratava de uma etapa de desenvolvimento capitalista.

"Marxistas consideraram isso [aliança de capital e trabalho de Hitler] como uma das etapas do desenvolvimento capitalista e poucos no momento legitimamente interpretaram o Terceiro Reich como uma sociedade socialista".

Stanley dá um exemplo de socialista que se iludiu com Hitler: o romancista George Bernard Shaw. "O radical George Bernard Shaw, por exemplo, certamente  expressou simpatia por Hitler quando ele chegou ao poder, mas descreveu mais tarde o socialismo do ditador como fraudulenta - como uma maneira de comprar uma revolução inevitável."

Stanley também lembra que apesar dos nazistas terem começado uma política de nacionalização da República de Weimar, também fizeram privatizações. E que a política estatal de Hitler favoreceu à burguesia industrial já que esmagou sindicatos e "enfatizou o pleno emprego sobre a elevação salarial".

Ele analisa que a socialização da economia feita pelos nazistas não teve como objetivo construir o socialismo.

"É verdade que a economia foi socializada na última parte da década de 1930, mas não por causa da construção do socialismo. Era para se preparar para a guerra. A Política vinha antes da economia no estado fascista na medida em que é difícil conceber a Hitler um pensamento econômico coerente em tudo. Ele teria feito qualquer coisa para ajudar a sua conquista da Europa Oriental, e uma economia de comando provou ser melhor para a construção de tanques do que o livre mercado."

Stanley conclui que o Terceiro Reich era uma sociedade capitalista que havia abraçado alguns aspectos do socialismo com o objetivo de defender o interesse dos capitalistas.

Mas os argumentos do historiador não param por aí. Ele dá mais uma evidência de que Hitler não era socialista: seu racismo. "Outra relação fundamental que Hitler não era socialista era o seu racismo. Mais uma vez, o marxismo define a história como uma luta de classes. Hitler via isso como um conflito racial - e bolchevismo como uma construção judaica."

Ele analisa que os objetivos nazistas eram completamente opostos aos objetivos do socialismo - visto que se baseia em hierarquia racial, ao contrário do igualitarismo socialista -  e que Hitler apenas usou uma economia socialista para seguir com sua agenda, mas isso não significa que o mesmo era socialista, já que a política para Hitler era mais importante do que uma teoria econômica consistente.

Para evidenciar isso, Stanley explica que as fazendas alemãs não foram coletivizadas como exige o marxismo, pelo contrário, foram protegidas da concorrência e o fazendeiro tido com o ideal ariano.

Stanley também explica que a "agricultura caiu em importância na medida em que a guerra se aproximava e industrialização teve prioridade. Política econômica subia e descia do que poderia ser grosseiramente chamado de 'esquerda para a direita'". Ele ainda argumenta que Hitler tinha uma obsessão em derrotar o "comunismo judeu".

O argumento de que Hitler era socialista porque se chamava de "socialista" é falho, segundo Stanley. Ele explica que se chamar de "socialista" estava em moda na década de 1920 e 1930. "O socialismo era a onda do futuro e teve um efeito enorme sobre o discurso político".

Stanley analisa que muitos usam o termo "marxismo" sem nem saber exatamente do que se trata. Muitos governos ajudam os pobres, gerem a economia e elevam os padrões de vida, mas não podem ser classificados como "marxistas", segundo Stanley.

"América teve seu New Deal; Suécia, sua social-democracia. Os japoneses militarizaram todo o seu país, mas fê-lo para expandir o domínio de um imperador que eles pensavam que era um deus vivo, o que é dificilmente um comportamento comunista. Na Grã-Bretanha, o governo de Stanley Baldwin gastou milhões em um programa de construção de casas e configurar a BBC estatal. Mas Stanley não era Stalin."

Stanley explica que é quase impossível equivaler a política de Hitler com a política moderna.

"É quase impossível para o leitor informado de encontrar qualquer equivalência entre Hitler e a política moderna, mas muitas pessoas tentam muitas vezes para fazê-lo. Por exemplo, sempre que os ateus insistem que ele foi um exemplo de chauvinismo católica/cristão  se esquecem de seu intenso ódio ao cristianismo. E sempre que os conservadores religiosos tentam dizer que ele era ateu, eles esquecem o quanto ele estava feliz ao pegar emprestado a linguagem cristã ou para trabalhar com os colaboradores clericais".

Segundo Stanley, dizer que Hitler desarmou a Alemanha é uma fraude histórica.  "Ele não, como alguns libertários dizem, tirou armas da Alemanha. Essa política começou sob Weimar e, se alguma coisa ocorreu, foi que Hitler rearmou a população, armando seus capangas, ampliando o exército para invadir a Polônia. Hitler gostava de armas."


Roni Kurono

quarta-feira, 30 de novembro de 2016

#LUTO_CHAPECOENSE

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Não há preparo à dor. Não existe curso para suportar a perda. O dia 29 de novembro de 2016 ficará marcado na memória do futebol brasileiro, e mais ainda na mente dos torcedores, familiares e moradores da cidade de Chapecó em Santa Catarina de onde era o time da Chapecoense, vitimado neste dia por um acidente aéreo em território colombiano. É de conhecimento pleno, que a Chapecoense disputaria hoje (30) a primeira partida da decisão da Copa Sul-americana. Vivendo seu melhor momento de sua jovem história, o time apresentava um belo futebol e ascendia aos times mais importantes do país, pois além de se manter na série A do Brasileirão, também fazia excepcional campanha na disputa da América do Sul, onde faria a final nas próximas semanas. Mas, infelizmente chegou-nos a árdua notícia dessa tragédia. Não obstante a isso, a comoção, a dor, a angústia, o desalento dominou todo o Brasil.
Neste espaço deixamos a nossa homenagem a este time, até então chamado de pequeno, mas agora se faz grande e se torna histórico, não pela tragédia, mas por tudo que o cerca. Seguimos aqui nos solidarizando com as famílias enlutadas de todos os envolvidos. Certamente, Deus os ajudará em tudo e trará paz aos corações destroçados pelo ocorrido. 

Que Deus abençoe a todos!

#FORÇA_CHAPE
#SOMOS_TODOS_CHAPECOENSE
#NOSSA_CAMISA_VERDE  


CONHEÇA A HISTÓRIA DA CHAPECOENSE

Associação Chapecoense de Futebol (ACF) é um clube de futebol brasileiro, sediado na cidade de Chapecó, Santa Catarina. Foi fundado em 10 de maio de 1973, com o objetivo de restaurar o futebol na cidade de Chapecó. Sua origem está ligada ao fato de que, na década de 1970, a região possuía apenas alguns times amadores, sendo inexpressiva em relação ao futebol profissional. Com o propósito de reverter esta situação, alguns desportistas da cidade, jovens apaixonados pelo esporte, decidiram se reunir para criar um time de futebol profissional para a cidade.
Entre os presentes nos primeiros encontros, destacam-se Alvadir Pelisser, Heitor Pasqualotto, Altair Zanella, representante do clube Independente, Lotário Immich e Vicente Delai, representantes do Clube Atlético de Chapecó. De maneira geral, pode-se dizer que a Associação Chapecoense, posteriormente um dos grandes do futebol catarinense, surgiu da união dos clubes Atlético Chapecó e Independente.
Em 2013, o clube ganhou destaque nacional após ser promovido da Série D à Série A do Campeonato Brasileiro de Futebol em 6 anos, além de disputar dois torneios continental, e também por estar presente em cinco das últimas dez finais do Campeonato Catarinense. Ao todo, o clube já chegou a dez finais do Campeonato Catarinense e conquistou cinco títulos estaduais, o último em 2016. Foi uma vez campeão da Copa Santa Catarina e vice em outras três oportunidades. Foi ainda campeão por duas vezes da Taça Santa Catarina.
Em nível nacional, a Chapecoense conquistou acessos sendo 3ª colocada tanto na Série D de 2009 quanto na Série C de 2012, e 2ª colocada na Série B de 2013. É considerado como um dos cinco grandes clubes de Santa Catarina, junto com o Avaí, Criciúma, Figueirense e Joinville, clubes com os quais mantém forte rivalidade. 

FONTE: WIKIPÉDIA

terça-feira, 29 de novembro de 2016

AVIÃO COM O TIME DA CHAPECOENSE CAI NA COLÔMBIA

O avião que transportava a delegação da Chapecoense para Medellín, na Colômbia, sofreu um acidente na madrugada desta terça-feira (29), informam autoridades colombianas. Segundo autoridades colombianas, há 76 mortos e cinco sobreviventes. O avião da LaMia, matrícula CP2933, decolou de Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia, com 81 pessoas a bordo: 72 passageiros e 9 tripulantes.
Segundo o Aeroporto Internacional José Maria Cordova, de Medellín, os cinco sobreviventes são os jogadores Alan Ruschel, Danilo e Follmann, o jornalista Rafael Henzel e a comissária Ximena Suarez.
O ex-jogador Mario Sergio, comentarista do canal FoxSports, está entre as vítimas, segundo o Bom Dia Brasil.
Os jogadores da equipe de Santa Catarina são os goleiros Danilo e Follmann; os laterais Gimenez, Dener, Alan Ruschel e Caramelo; os zagueiros: Marcelo, Filipe Machado, Thiego e Neto; os volantes: Josimar, Gil, Sérgio Manoel e Matheus Biteco; os meias Cleber Santana e Arthur Maia; e os atacantes: Kempes, Ananias, Lucas Gomes, Tiaguinho, Bruno Rangel e Canela.
O acidente
Segundo a imprensa local, a aeronave com o time catarinense perdeu contato com a torre de controle às 22h15 (local, 1h15 de Brasília) e caiu ao se aproximar do Aeroporto José Maria Córdova, em Rionegro, perto de Medellín.

O Comitê de Operação de Emergência (COE) e a gerência do aeroporto informaram que a aeronave se declarou em emergência por falha técnica às 22h (local) entre as cidades de Ceja e La Unión. Anteriormente, a imprensa colombiana informou possível falta de combustível como causa do acidente. Mas a mídia local informou que o piloto despejou combustível após perceber que o avião iria cair.
Segundo a rede de TV Caracol, da Colômbia, a aeronave sumiu do radar entre La Ceja e Abejorral.
Rota da aeronave que transportava o time da Chapecoense até Medellín (Foto: Editoria de Arte/G1)
Uma operação de emergência foi ativada para atender ao acidente. A Força Aérea Colombiana dispôs helicópteros para ajudar em trabalhos de resgate, mas missões de voos foram abortadas nesta madrugada por causa das condições climáticas. Choveu muito na região na noite de segunda, o que reduziu muito a visibilidade.
Equipes chegaram ao local do acidente por terra, mas o acesso à região montanhosa é difícil e a remoção é lenta.
Final de campeonato
O time da Chapecoense embarcou para a Colômbia na noite de segunda (28), para disputar a primeira partida da final da Copa Sul-Americana, contra o Atlético Nacional, na quarta (30). Inicialmente, a delegação embarcou em um voo comercial de São Paulo até a Bolívia. Lá, o grupo pegou um voo da LaMia.

Em comunicado, o clube de Santa Catarina informou que espera pronunciamento oficial da autoridade aérea colombiana sobre o acidente.
Em seu perfil no Twitter, o Atlético Nacional lamentou o acidente e prestou solidariedade à Chapecoense: "Nacional lamenta profundamente e se solidariza com @chapecoensereal pelo acidente ocorrido e espera informação das autoridades".
O primeiro jogo da decisão, marcado para esta quarta-feira (30), foi cancelado, segundo a  Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol).
O Itamaraty, pelo telefone, informou que a embaixada do Brasil em Bogotá está em contato com as autoridades colombianas para obter informações sobre o acidente. A assessoria informou que as notícias ainda chegam desencontradas.
O Ministério das Relações Exteriores vai esperar um posicionamento oficial sobre vítimas e circunstâncias do acidente para se pronunciar. Está previsto que divulguem uma nota oficial ainda agora de manhã. O embaixador em Bogotá se chama Julio Bitelli.
A companhia
A LaMia (Línea Aérea Mérida Internacional de Aviación) é uma companhia de aviação que foi inicialmente constituída na Venezuela no ano de 2009 e depois mudou sua sede para a Bolívia (Santa Cruz de la Sierra). A empresa vem sendo desenvolvida para voos não regulares (charter), com o objetivo de permitir o desenvolvimento de atividades no país e no exterior, com aeronaves de grande porte - de passageiros e de carga.

FONTE: G1

sábado, 26 de novembro de 2016

MORRE FIDEL CASTRO: O MUNDO PERDE O MAIOR REVOLUCIONÁRIO DE TODOS OS TEMPOS

Fidel Castro foi um dos personagens da política internacional durante mais de seis décadas  (Foto: Adalberto Roque/AFP)

O ex-presidente de Cuba, Fidel Castro, morreu à 1h29 (hora de Brasília) deste sábado (26), aos 90 anos, na capital Havana. A informação foi divulgada pelo seu irmão Raúl Castro em pronunciamento na TV estatal cubana.
"Com profunda dor compareço para informar ao nosso povo, aos amigos da nossa América e do mundo que hoje, 25 de novembro do 2016, às 22h29, faleceu o comandante da Revolução Cubana, Fidel Castro Ruz", disse Raúl Castro.
"Em cumprimento da vontade expressa do companheiro Fidel, seus restos serão cremados nas primeiras horas" deste sábado, prosseguiu o irmão.
As cinzas serão enterradas em 4 de dezembro, na cidade de Santiago de Cuba, após percorrerem o país numa caravana de 4 dias. Cuba declarou 9 dias de luto oficial pela morte de Fidel Castro.
As últimas imagens de Fidel Castro são do dia 15, quando recebeu em sua residência o presidente do Vietnã, Tran Dai Quang. Antes, ele foi visto em um ato público foi no dia 13 de agosto, na comemoração de seu 90º aniversário. A festa reuniu mais de 100 mil pessoas. Na época, Fidel apresentou um semblante frágil, vestido com um moletom branco e acompanhado pelo seu irmão Raúl e o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro.

Despedida
Em abril, durante o XVII Congresso do Partido Comunista de Cuba, Fidel reapareceu e fez um discurso que soou como uma despedida, onde reafirmou a força das ideias dos comunistas.

"A hora de todo mundo vai chegar, mas ficarão as ideias dos comunistas cubanos, como prova de que neste planeta se trabalha com fervor e dignidade, é possível produzir os bens materiais e culturais que os seres humanos necessitam, e devemos lutar sem descanso para isso", afirmou Fidel Castro na ocasião.

Desde que ficou doente, em julho de 2006, e passou a gestão da ilha ao seu irmão Raúl Castro, o líder cubano se dedicou a escrever artigos, assim como livros sobre sua luta na Sierra Maestra e a receber personalidades internacionais em sua residência, no oeste de Havana.
Doença e saída do poder
Na noite de 31 de julho de 2006, Fidel Castro surpreendeu Cuba e o mundo com o anúncio de que cedia o poder ao irmão Raúl, em caráter provisório, depois de sofrer hemorragias. Foi a primeira vez que saiu do poder.

Sem revelar qual doença o afetava, Fidel admitiu que esteve à beira da morte. Perdeu quase 20 quilos nos primeiros 34 dias de crise, passou por várias cirurgias e dependeu por muitos meses de cateteres.
Em dezembro de 2007, o comandante cubano já havia expressado em uma mensagem escrita que não estava aferrado ao poder, nem obstruiria a passagem das novas gerações, mas em janeiro foi eleito deputado e ficou tecnicamente habilitado para uma reeleição – o que não ocorreu.
Desde março de 2007, já afastado do cenário público, sendo visto apenas em vídeos e fotos, Fidel Castro se dedicava a escrever artigos para a imprensa sob o título de "Reflexões do Comandante-em-Chefe".
Fidel deixou o poder definitivamente em fevereiro de 2008. Em um texto publicado no jornal estatal “Granma”, ele anunciou sua renúncia.
Trajetória
Fidel nasceu em 13 de agosto de 1926, na província de Holguín, sul de Cuba, e foi batizado durante a infância de Fidel Hipólito. Sua mãe trabalhava para a mulher de seu pai, o bem sucedido latifundiário espanhol Ángel Castro.

Apenas quando Fidel era adolescente seu pai se separou da primeira mulher e assumiu a família com a mãe de Fidel, Lina Ruz Gonzalez, com quem teve outros cinco filhos. Nesta época, Fidel foi assumido oficialmente pelo pai e recebeu o nome de Fidel Alejandro Castro Ruz.
Apesar de não ter sido registrado pelo pai na infância, Fidel cresceu estudando em escolas particulares e em meio a um ambiente de riqueza bastante diferente da pobreza do povo cubano.
Bastante inteligente, o jovem era mais interessado nos esportes do que nos estudos. Mesmo assim, o líder cubano iniciou seus estudos na Universidade de Havana em 1945, onde conheceu o nacionalismo político cubano, o anti-imperalismo e o socialismo, e se formou em direito em 1950.
Em 1948, Fidel viajou para a República Dominicana em uma expedição para tentar derrubar o ditador Rafael Trujillo, que foi fracassada.
Ao voltar para a faculdade, ele se juntou ao Partido Ortodoxo, fundado para acabar com a corrupção no país.
Casamentos
No mesmo ano, Fidel se casou com Mirta Diaz Balart, de uma rica família cubana. Eles tiveram apenas um filho, Fidelito. O casamento com Mirta acabou em 1955. Durante a união, ele teve um relacionamento com Naty Revuelta, com quem teve uma filha, Alina Fernández-Revuelta. Em 1993, ela fugiu da ilha se fazendo passar por uma turista espanhola. Alina pediu asilo nos Estados Unidos e passou a fazer fortes críticas a seu pai.

Com sua segunda mulher, Dalia Soto del Valle, Fidel teve outros cinco filhos homens cujos nomes começam com a letra "A": Alexis, Alexander, Alejandro, Antonio e Ángel.
Além da filha Alina, uma das irmãs de Fidel, Juanita Castro, também se mudou para os EUA, no início da década de 1960.
Revolução
Durante o casamento com Mirta Diaz, Fidel teve contato com as famílias ricas de Cuba, e se candidatou a um posto no parlamento. Entretanto, o golpe do general Fulgêncio Batista derrubou o governo da época e cancelou as eleições.

Junto com outros membros do Partido Ortodoxo, Fidel organizou uma insurreição. Em 26 de julho de 1953, cerca de 150 pessoas atacaram o quartel de Moncada, em Santiago de Cuba, em uma tentativa de derrubar Batista. O ataque falhou e Fidel foi capturado. Após julgamento, ele foi condenado a 15 anos de prisão. Entretanto, o incidente o tornou famoso no país.
Em 1955, Fidel foi anistiado, e fundou o movimento 26 de Julho, de oposição ao governo. Nessa época, ele se encontrou pela primeira vez com o revolucionário Ernesto ‘Che’ Guevara e se exilou no México.
Em 1957, junto com Guevara e mais 79 expedicionários, chegou a Cuba a bordo de um navio e tentou derrubar o presidente, mas foi surpreendido pelo Exército e derrotado. Fidel, seu irmão Raúl e Che conseguiram escapar e se refugiaram na Sierra Maestra, onde travaram combates com o governo.
Em 30 e 31 de dezembro de 1958, as vitórias revolucionárias assustaram Batista, que fugiu de Cuba e foi para a República Dominicana. Aos 32 anos, Fidel conseguiu o controle do país.
Reforma para o comunismo
Um novo governo foi criado, e Fidel assumiu como primeiro-ministro em 1959, após a renúncia de Jose Miro Cardona. Nesta época, foram iniciadas as relações com a então União Soviética.

O líder passou então a sua reforma para o comunismo. Em 1960, Fidel nacionalizou a indústria açucareira de Cuba, sem pagar indenizações. Três anos depois ele estatizaria as fazendas, ampliando a reforma agrária.
Em 1961, o governo proclamou seu status socialista. Houve uma fuga em massa dos ricos do país para Miami, nos Estados Unidos, que rompem as relações diplomáticas com Cuba.
Crise com os EUA
Em abril, Castro formalizou Cuba como um estado socialista. No dia seguinte, cerca de 1,3 mil exilados cubanos apoiados pela CIA atacaram a ilha pela Baía dos Porcos, em uma tentativa de derrubar o governo.

O ataque foi um fracasso – centenas de pessoas foram mortas e quase mil capturadas. Os EUA negaram seu envolvimento, mas revelaram que os exilados foram treinados pela CIA. Décadas depois, o país confirmou que a ação vinha sendo planejada desde 1959.
O incidente fez Castro consolidar seu poder. Em maio do mesmo ano, ele anunciou o fim das eleições democráticas no país e denunciou o imperialismo americano. Che Guevara assumiu o Ministério da Indústria.
Em 1962, os EUA ordenaram o bloqueio econômico total à ilha, isolando o regime, uma política que se seguiu até a atualidade.
Fidel passou a intensificar sua relação com a União Soviética, aceitando financiamento e ajudas militares. Em outubro de 1962, o país concebeu a ideia de implantar misseis nucleares em Cuba, gerando uma crise com os EUA e quase uma guerra nuclear.
Dias depois, o premiê soviético concordou em remover os mísseis com o comprometimento americano de não invadir Cuba. Castro foi deixado de lado nas negociações.
Governo
Em 1965, Che deixa o país para expandir a revolução. Dois anos depois, ele foi assassinado na Bolívia, deixando Fidel como único rosto da revolução.

Ainda em 1965, Fidel se posicionou como líder do Partido Comunista cubano. Pouco a pouco, ele começou uma campanha para apoiar a luta armada contra o imperialismo na América Latina e na África.
Apesar do comprometimento dos EUA de não invadir a ilha, houve ataques de outras formas, como o bloqueio econômico e centenas de tentativas de assassinato contra Fidel ao longo dos anos. Fidel chegou a dizer que se escapar de tentativas de assassinato fosse um esporte olímpico, ele teria ganhado medalhas de ouro.
Durante seu governo, Fidel investiu na educação – foram criadas cerca de 10 mil novas escolas, e a alfabetização atingiu 98% da população. Os cubanos têm um sistema de saúde universal, que reduziu a mortalidade infantil para 11 a cada mil nascidos vivos.
Execuções e prisões
Entretanto, as liberdades civis foram confiscadas. Sindicatos perderam o direito de realizar greves, jornais independentes foram fechados e instituições religiosas perseguidas. Castro removeu seus opositores com execuções e prisões, além do exílio forçado.

Centenas de milhares de cubanos fugiram do país ao longo das décadas, muitos seguindo para a Flórida, bastante próxima da costa da ilha. A maior saída ocorreu em 1980, quando o governo anunciou a autorização de saída, e 125 mil pessoas deixaram Cuba – 15 mil delas se jogaram ao mar amarradas e canoas, pneus e botes.
Em 1986, instituições de defesa dos direitos humanos realizaram em Paris o “Tribunal de Cuba”, onde ex-prisioneiros da ditadura deram seu testemunho. Entidades calculam que cerca de 12 mil pessoas morreram nas mãos do governo.
Em 1989, com a queda do muro de Berlin, a União Soviética retira seus 7 mil militares da ilha e acaba com a ajuda comercial à Cuba.
Em 1996, Cuba bombardeia dois aviões civis pilotados por exilados cubanos em Miami, retomando as tensões com os EUA. No ano seguinte, Fidel apontou seu irmão, Raúl, como seu sucessor.
Em 2002, os EUA criam uma prisão para suspeitos de terrorismo em uma base militar Guantánamo, no território cubano. O então presidente George W. Bush inclui o país na lista dos que apoiam o terrorismo.
Segredos
Desde que caiu doente e entregou o poder provisoriamente a Raúl, Fidel deixou claro que sua doença era um assunto delicado e não um assunto de domínio público.

"Devido aos planos do império (EUA), meu estado de saúde se converte em um segredo de Estado a respeito do qual não se pode ficar constantemente divulgando informações", afirmou.
Os segredos em torno do ex-dirigente são guardados com tanto afinco que não se conhecia nem mesmo o local onde Fidel se recuperava.
Conta-se que, durante anos, Fidel jamais dormiu duas noites no mesmo lugar.
Ele circulava por Cuba em uma caravana com três carros Mercedes Benz pretos idênticos, e a presença dele nas cúpulas realizadas no exterior nunca está 100% confirmada antes de sua chegada.
Até a ideologia comunista dele foi objeto de mistério nos primeiros anos da revolução.
Diferentemente de outros líderes mundiais, a vida privada de Fidel não comparece aos jornais.

O único dos filhos dele que ocupou um cargo público é Fidel Castro Diaz-Balart, o "Fidelito", um engenheiro nuclear que trabalhou como assessor científico do Conselho de Estado.
Fidel nunca abandonou suas ideias sobre estratégia militar. Em 1953, quando organizou o ataque contra o quartel Moncada, em Santiago de Cuba, sua primeira e desastrosa ação militar, quase todos os seus companheiros só ficaram sabendo do objetivo da investida no último minuto.
Linha do tempo, Fidel Castro (Foto: Arte/G1)

FONTE: G1

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