terça-feira, 4 de julho de 2017

VOCÊ SABE O QUE É LAWFARE?

Resultado de imagem para lawfare

Lawfare é uma palavra-valise (formada por law, 'lei', e warfare, 'guerra', em português, 'guerra jurídica'), introduzida nos anos 1970 e que originalmente se refere a uma forma de guerra assimétrica na qual a lei é usada como arma de guerra Basicamente, seria o emprego de manobras jurídico-legais como substituto de força armada, visando alcançar determinados objetivos de política externa ou de segurança nacional.
Enquanto alguns estudiosos consideram haver tanto aspectos negativos quanto positivos no uso da lei como instrumento de guerra (sobretudo no contexto das discussões sobre segurança internacional e contraterrorismo, outros entendem lawfare como um uso ilegítimo da legislação (nacional ou internacional) em manobras jurídicas com a finalidade de causar danos a um adversário político (estrangulando-o financeiramente, encurtando seus prazos etc) de modo que este não possa perseguir objetivos, tais como concorrer a uma função pública. Nesse sentido, a lawfare seria comparável ao uso estratégico de processos judiciais visando criar impedimentos a adversários políticos - uma prática conhecida, nos países anglo-saxões, como SLAPP, acrônimo de strategic lawsuit against public participation. 
No contexto político brasileiro recente, o termo lawfare tem sido empregado principalmente no sentido de uso indevido de instrumentos jurídicos para fins de perseguição política, destruição de imagem pública e inabilitação de um adversário político.
Nesse sentido, uma característica fundamental da lawfare seria o uso de acusações sem materialidade, incluindo-se também, entre suas táticas, as seguintes:
·Manipulação do sistema legal, com aparência de legalidade, para fins políticos;
·Utilização de processos judiciais sem qualquer mérito;
·Abuso do direito para danificar e deslegitimar um adversário;
·Promoção de ações judiciais para descredibilizar o oponente;
·Tentativa de influenciar opinião pública: utilização da lei para obter publicidade negativa;
·Judicialização da política: a lei como instrumento para conectar meios e fins políticos;
·Promoção de desilusão popular;
·Crítica àqueles que usam o direito internacional e os processos judiciais para fazer reivindicações contra o Estado;
·Utilização do direito como forma de constranger e punir o adversário;
·Bloqueio e retaliação das tentativas dos atores políticos de fazer uso de procedimentos disponíveis e normas legais para defender seus direitos;
·Acusação das ações dos inimigos como imorais e ilegais, com o fim de frustrar objetivos contrários.

FONTE: VEJA PARANÁ

SENADO VOTA HOJE URGÊNCIA DA REFORMA TRABALHISTA

Romero Jucá

O plenário do Senado analisa nesta terça-feira 4 um requerimento de urgência para a votação da reforma trabalhista. Se o pedido for aprovado, o PLC 38/2017 entra na pauta após duas sessões ordinárias. Alvo de diversas críticas por parte de especialistas, a proposta é um dos carros-chefe do governo de Michel Temer (PMDB), que tenta se salvar em meio às denúncias que sofre.
O presidente do Senado, Eunício Oliveira(PMDB-CE), pretende concluir a votação antes do recesso parlamentar, que começa no dia 18 de julho. Na semana passada, ele afirmou que o texto poderia ir a voto nesta semana, mas que seu "compromisso com a Casa é de votar até 10 ou 12 de julho". "Não tenho angústia de votar hoje, na segunda ou na terça. Vou seguir o regimento e respeitar a oposição", afirmou.
O relator na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e líder do governo, Romero Jucá (PMDB-RR), acredita na aprovação do PLC 38/2017. "Estamos modernizando a legislação. Não estamos tirando nenhum direito. Mente quem diz que há perda de direitos. Nós vamos debater, e a maioria deverá votar pela aprovação. Há uma vontade de avançar para que governo, empresários, trabalhadores e Justiça tenham uma legislação realista, que possa permitir a empregabilidade no futuro", afirmou Jucá na última sexta-feira.
A realidade é que a proposta divide inclusive o PMDB de Temer e Jucá. Maior bancada na Casa, o PMDB tem 17 senadores a favor e 5 contra o texto que veio da Câmara. Entre os críticos, está o senador Roberto Requião (PMDB-PR). "Sinto que os parlamentares consideram os trabalhadores como objetos. Eles não têm nenhuma empatia com o trabalho e votam de forma equivocada para a liquidação de todos os direitos trabalhistas num momento de recessão", afirmou. "O que se pretende é liquidar o direito do trabalhador, aviltar seu salário", disse.
A oposição critica a reforma trabalhista. A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) diz que a estratégia é tentar adiar a votação da matéria no plenário, mesmo com a aprovação do regime de urgência. "Não vamos aceitar que o governo convoque duas ou três sessões num mesmo dia para cumprir prazo. Queremos que se cumpra o prazo regimental, com as sessões ordinárias a cada dia. Essa matéria só pode entrar em pauta na semana do dia 12", afirmou Gleisi.
Se o regime de urgência for aprovado, a reforma trabalhista segue uma tramitação especial. Na discussão, os senadores podem falar apenas uma vez e por dez minutos cada — cinco a favor e cinco contra a proposta. Eunício Oliveira avisou, no entanto, que vai conceder a palavra a todos que se inscreverem.
Até a sexta-feira 30, o texto já tinha 13 emendas de plenário, todas apresentadas pelo senador Paulo Paim (PT-RS). Essas sugestões para mudar a reforma trabalhista não precisam voltar para a análise das comissões. Recebem parecer em plenário.
Nas comissões, a reforma trabalhista recebeu pareceres divergentes durante a tramitação: dois a favor e um contra a proposta. No plenário, a tendência é de que o projeto seja votado nos termos do último parecer. Na última quarta-feira (28), a CCJ recomendou a aprovação da matéria.
O texto da reforma altera profundamente as relações trabalhistas no Brasil, ao regulamentar o trabalho intermitente, acabar com a contribuição sindical, enfraquecer Justiça do Trabalho e fazer acordos coletivos prevalecem sobre a legislação, entre outros pontos.
Ainda que a maior parte da grande imprensa não aborde o impacto negativo das mudanças, como mostrou levantamento da ONG Repórter Brasil, inúmeros especialistas são contrários ao texto. "Com a reforma trabalhista, o poder do empregado fica reduzido a pó", disse a CartaCapital Maria Aparecida da Cruz Bridi, professora de Sociologia da Universidade Federal do Paraná.
Ricardo Antunes, da Unicamp, referência na sociologia do trabalho, fez duras críticas ao texto em entrevista a CartaCapital. "Na escravidão o trabalhador era vendido. Na terceirização, é alugado", afirmou ele.
Na terça-feira 27, o Conselho Pleno da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) aprovou duas preliminares sobre a reforma nas quais repudia o regime de urgência com que a proposta tramita no Congresso Nacional e denuncia inconstitucionalidades encontradas no projeto de lei.

FONTE:  CARTA CAPITAL

CLÁUDIO FONTELES: ESCOLHER DODGE É DESPRESTIGIAR O MINISTÉRIO PÚBLICO

Claudio-Fonteles

Ao indicar Raquel Dodge para assumir a Procuradoria-Geral da República, o presidente Michel Temer optou por não prestigiar o Ministério Público, que em eleição interna apontou o vice-procurador eleitoral Nicolao Dino como o preferido da classe para chefiar o órgão. Essa é a avaliação do ex-PGR Cláudio Fonteles, que assumiu o posto em 2003 após indicação do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Com Fonteles, Lula inaugurou a tradição de indicar para o cargo o primeiro de uma lista tríplice eleita por procuradores, costume interrompido agora por Temer. Para o ex-PGR, a lista existe exatamente para que a categoria seja ouvida. "Se a classe diz que o primeiro é A, o segundo é B, e o terceiro é C, que o presidente escolha A, em homenagem à própria classe, respeitando a maioria", afirma. Em votação realizada em 27 de junho, Dodge obteve 587 votos e ficou em segundo lugar na lista tríplice.
Apesar da crítica à escolha de Temer, Fonteles não crê que Dodge tenha problemas de legitimidade no cargo que assumirá em setembro, após a saída de Rodrigo Janot, mas evita fazer previsões sobre o trabalho da procuradora-geral. Para o ex-PGR, que assina com outros juristas um pedido de impeachment de Gilmar Mendes no Supremo Tribunal Federal (STF), preocupa uma possível interferência do ministro na escolha de Dodge. "Eledeve cuidar dos assuntos do Supremo, e nós cuidamos dos nossos assuntos. Que cada instituição decida o que lhe é próprio decidir." 
CartaCapital: Como o senhor avalia a escolha de Raquel Dodge para a PGR?
Cláudio Fonteles: Eu vou esperar para ver como vai ser o desempenho dela. Eu apoiei o Nicolao Dino, não apoiei a Raquel, mas ela é uma pessoa séria e eu não tenho nada contra ela. Eu identifiquei no Nicolao um pensar mais alinhado ao meu, mas não tenho absolutamente nada contra a Raquel Dodge. Vamos esperar para ver.
CC: Há algo que lhe preocupe nesse processo?
CF: A única coisa que me preocupou nesse início foi o envolvimento do ministro Gilmar Mendes na escolha dela, que a imprensa noticiou. Não sei até que ponto foi esse envolvimento, mas isso me preocupa. Porque eu acho que tem de ser ‘cada macaco no seu galho’. O ministro deve cuidar dos assuntos do Supremo, e nós cuidamos dos nossos assuntos. Que cada instituição decida o que lhe é próprio decidir e que as outras respeitem esse processo.
CC: Temer escolheu a segunda colocada da lista tríplice, rompendo uma tradição de quase 15 anos. Como o senhor vê essa ruptura? Ela terá a mesma legitimidade que Dino teria para conduzir a PGR?
CF: Eu sustento que o escolhido deveria ser sempre o primeiro da lista. E aí você poderia me dizer: então qual é a necessidade da lista? A lista é feita justamente para que se ouça a classe. O sentido de se fazer uma lista é para que se prestigie a classe, e não para que você tenha o alvedrio absoluto e total da escolha. Ora, a classe pontuou o primeiro nome.
Aquele que escolhe, no caso o presidente da República, em uma deferência total à classe que definiu o primeiro lugar, deveria manter o que foi decidido. Porque, insisto, a lista é feita com o ecoar da classe, e não para que aquele que escolha tenha um juízo absoluto sobre os três nomes.
Se a classe diz que o primeiro é A, o segundo é B, e o terceiro é C, que o presidente escolha A, em homenagem à própria classe, respeitando a maioria. Porque o primeiro é a voz da maioria. O segundo não é a voz da maioria, nem o terceiro é a voz da maioria.
E não há nada de corporativo nisso também. Não é corporativismo, é ouvir todos os membros de uma instituição. E melhor do que eles não há ninguém para traçar o destino dessa própria instituição.
CC: Diante disso, o senhor acha que a Raquel Dodge terá dificuldade para conduzir a PGR?
CF: Eu acho que não.
CC: O senhor citou o Gilmar Mendes, e muito se fala também sobre a proximidade da Raquel Dodge com o PMDB, de que ela seria a preferida de nomes como Renan Calheiros e José Sarney...
CF: Eu não sei se existe isso. Há essa notícia, mas é como eu disse: a minha linha é de esperar para ver como ela vai se conduzir. Se vai se conduzir com independência em relação a todos esses personagens, que é o que eu espero, terá meu integral apoio. Se ceder, evidentemente não poderá ter o meu apoio.
CC: Raquel Dodge é considerada uma opositora de Rodrigo Janot dentro do MPF. O fato de o anúncio de Temer ter sido tão rápido, apenas um dia após a eleição da lista tríplice, pode ser interpretado como uma tentativa de esvaziar as ações do atual PGR?
CF: Eu não vejo dessa forma. Acho que o Rodrigo tem independência suficiente para manter o seu trabalho, como eu mantive. É uma tradição nossa que o procurador-geral mantenha o trabalho até o último dia de mandato, esse é um dos predicados políticos da nossa independência funcional.

FONTE: CARTA CAPITAL

FACHIN NEGA NOVAMENTE HABEAS CORPUS A CUNHA

Wilson Dias/Agência Brasil

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin, negou um recurso apresentado pela defesa do ex-deputado federal Eduardo Cunha (PMDB) contra uma decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Na sexta-feira (30/06), Fachin negou habeas corpus ao ex-presidente da Câmara. A defesa de Cunha, preso desde outubro de 2016, sustentava que não se fazem presentes os requisitos da prisão preventiva. Fachin afirmou que não enxergou ilegalidade na decisão do STJ que justificasse a concessão de liminar.
"A matéria articulada é de imbricação a recomendar análise mais aprofundada em sede oportuna. Sendo assim, prima facie, não verifico ilegalidade evidente, razão pela qual, sem prejuízo de ulterior reapreciação da matéria no julgamento final do presente recurso, indefiro a liminar”, afirmou Fachin.
Cunha foi condenado, no mês de março, pelo juiz federal Sérgio Moro, da 13a Vara de Curitiba, a 15 anos e quatro meses de prisão, pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e evasão de divisas, por ter recebido US$ 1,5 milhão, equivalente a mais de R$ 4,5 milhões, obtidos depois de a Petrobras fechar contrato de exploração de petróleo no Benin, na África. O caso tramita agora no TRF-4.


FONTE: 247 NOTÍCIAS

PLANALTO TEME CERCO A PADILHA E MOREIRA APÓS PRISÃO DE GEDDEL


Sinal de alerta no Palácio do Planalto. A prisão do ex-ministro da Secretaria de Governo Geddel Vieira Lima, nesta segunda-feira, 3, chamado de “mensageiro” pelo empresário Joesley Batista, da JBS, fez com que aliados de Michel Temer também começassem a se preocupar com investidas sobre os outros dois homens fortes do peemedebista: os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral).
Investigados na Operação Lava Jato, eles são os auxiliares mais próximos de Michel Temer.
Na avaliação de assessores do Planalto, a Procuradoria-Geral da República (PGR) pode agora tentar acelerar as apurações contra os dois peemedebistas, na avaliação de assessores do Planalto. Com isso, a prisão de Geddel na Operação Cui Bono?, um amigo pessoal de Temer há mais de 30 anos, reacendeu a preocupação com a crise política, uma vez que a semana havia começado em um clima mais “tranquilo”, nas palavras de um aliado.
Com as decisões do Supremo Tribunal Federal (STF), na sexta-feira passada, de devolver as funções parlamentares de Aécio Neves (PSDB-MG) ao Senado e soltar o ex-deputado federal Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), o Planalto avaliava que poderia se concentrar nas articulações com a base para ter voto suficiente na Câmara para barrar a denúncia por corrupção passiva apresentada por Janot contra Temer. São necessários 342 votos para dar prosseguimento da acusação.
Agora o governo quer evitar que o caso Geddel contamine as negociações na Câmara. Embora aliados tentem minimizar o impacto da prisão, sob a alegação de que não tem relação com o caso JBS, foi com base nos depoimentos de Joesley e também do operador Lúcio Funaro que a prisão preventiva foi decretada. Em entrevista a Época, o empresário afirmou que Geddel era o “mensageiro” de Temer para tratar de interesses do Grupo J&F e o responsável por averiguar se Funaro e o deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), ambos presos na Lava Jato, não fariam delação.
Interlocutores do Planalto já diziam que a prisão do ex-ministro seria um baque para o peemedebista. Logo depois de tomar conhecimento da prisão de Geddel, auxiliares de Temer não conseguiam disfarçar o desânimo com mais uma notícia negativa para o governo.

FONTE: 247 NOTÍCIAS

Postagens mais visitadas