Mais um pedaço da sociedade de Guamaré é arrancado pelo "Jacaré". Uma empresa de Mossoró especializada no fornecimento de mão de obra médica e cujo sócio-administrador
tem envolvimento em processos que investigam fraudes tem acumulado contratos com a gestão municipal de
Guamaré. Só nos anos de 2016 e 2017, a Sama – Serviços de Assistência Médica e Ambulatorial LTDA – ganhou
dois contratos, no valor de R$ 2.438.389,20 e R$ 4.764.600,00, totalizando R$ 7.202.989,20, para ofertar mão
de obra para unidades de saúde.
A Sama – Serviços de Assistência Médica e Ambulatorial LTDA existe desde 2011, conforme documentos da
receita federal, que registram a evolução patrimonial da empresa, que registrou em 25 de novembro daquele
ano, na Junta Comercial do Rio Grande do Norte (Jucern), capital social de R$ 50 mil.
A empresa já teve diversos sócios diferentes na composição, hoje quem se apresenta como representante
legal na composição societária da empresa, desde novembro de 2012, é o médico Francisco Diego Costa
Dantas. Veja abaixo o contrato:
Histórico
O histórico de Diego Costa Dantas inclui ficha criminal de investigação por fraudes em licitação. Ele e mais
quatro pessoas foram flagradas pela polícia na cidade de Teresina, capital do Piauí, em 2004, tentando fraudar
uma prova de vestibular. No momento da abordagem, eles tinham gabaritos e sete aparelhos celulares. O
grupo se livrou da condenação porque o crime prescreveu.
Em 2012, Diego foi acusado pelo Ministério Público Federal de atuar em novo esquema. Segundo o parquet,
ele integrou um grupo que teria tentado fraudar uma licitação da Companhia Brasileira de Trens Urbanos
(CBTU) em Natal. À época, ele era o diretor da comissão de licitação, que foi feita e encerrada em menos de
um mês. Esse processo se encontra em grau de recurso no Tribunal de Justiça.
A mais recente controvérsia de Diego Costa veio a público através de relatório de auditoria da Secretaria
Estadual de Saúde sobre as relações entre a Associação Marca, pivô de um escândalo de fraudes em
terceirizações na saúde de Natal e Mossoró, e o Hospital da Mulher, do qual Diego foi diretor.
Diz o relatório: “O médico Francisco Diego Costa Dantas tem a obrigação de atuar 40 horas semanais como
diretor médico do Hospital da Mulher. Em um período na vigência do contrato da Marca, Diego acumulou o
cargo de diretor técnico do Hospital Regional Tarcísio Maia. Depois de deixar o cargo de direção no HRTM,
consta no sistema do Ministério da Saúde que Diego trabalha 5 horas semanais ainda no HRTM, além de 40
horas em plantões. Como consegue? Como pode?”
É preciso estar atento aos valores contratados pela prefeitura de Guamaré com a empresa SAMA Ltda. São
plantões de 12h no valor de quase R$ 3.000,00 por plantão. Se um médico der 10 plantões de 12h
custará quase R$ 30.000,00 aos cofres públicos. Entretanto, a conta não fecha! Se forem dados 365 plantões (fato impossível para qualquer profissional), o valor seria de quase 1 milhão e cem mil reais, e por que o contrato é de quase 5 milhões? Estranho, não?! Não seria mais prudente realizar um concurso
público para o cargo de médico? Será que superfaturar um contrato seria tão "imprescindível"?
A prefeitura de Guamaré, através do gestor INTERINO Hélio Miranda, tem realizado diversas contratações através de terceirização de mão-de-obra, o que
acende uma luz de alerta para que se investigue a forma como estes contratos estão sendo executados. Ou seria a forma do peemedebista quitar as dívidas de campanha e ainda retirar uma "boa" participação nos lucros das empresas contratadas? Ministério Público o que está faltando pra investigar? Mais um capítulo sujo na trajetória desse grupo inescrupuloso de Guamaré.