Neste exato momento, lê-se denúncia contra Michel Temer na Câmara dos Deputados. Infelizmente, a leitura já é tendenciosa, pois é feita por aliada do Presidente.
quinta-feira, 29 de junho de 2017
A SERVIDÃO VOLUNTÁRIA CONTEMPORÂNEA É INFORMAR AO MUNDO O QUE CONSUMIMOS PELAS REDES
Com base no livro “Discurso sobre a servidão voluntária”, o professor Leandro Karnal traçou um paralelo entre os ensinamentos de Étienne la Boétie e o período atual. Hitler não teve acesso à quantidade de informações que hoje qualquer central de telefonia tem hoje. Somos o que Étienne temeu: uma sociedade feliz com tiranos no controle.
A violência não garante o controle. Segundo a vontade do estado, é preciso que as pessoas concordem e gostem de ser controladas. O exemplo da servidão voluntária contemporânea é informar ao mundo o que consumimos pelas redes sociais. “Ninguém me obrigou a dar essa informação, mas eu dou”. Francis Bacon dizia que conhecimento é poder.
Ser livre nos torna responsáveis por nossas escolhas. Por isso, casamentos arranjados raramente dão errado: nada espera-se deles. A liberdade é responsabilidade: quanto mais ofereço chance de as pessoas escolherem, mais angustiadas elas ficam. As escolhas nos tornam sujeitos, mas também objetos. O impulso de ser um sujeito por uma escolha nos tornam também objetos do consumo.
A servidão, por sua vez, pode ser uma zona mais confortável que a liberdade. Boétie falou sobre o incômodo da liberdade séculos antes de Sartre. Os tiranos precisam de assessores. Precisam de um grupo que os apoie. Quanto mais sou oprimido, mais eu tiranizo também. Assim os tiranos se multiplicam. Cada um pisa naqueles que é possível. O mais subserviente dos gerentes é aquele que pisa no faxineiro.
Sejam resolutos em não servir e vocês serão livres. A função do estado é ser tirano. Precisamos pensar na nossa liberdade diante deste estado e parar de seguir gurus de moda, de comportamento, de gastronomia.
Mário Sergio Cortella
EM 1987, DÓRIA SUGERIU USAR A SECA COMO ATRAÇÃO TURÍSTICA
Em 1987, enquanto era presidente do Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur), o hoje prefeito de São Paulo, João Doria Jr. (PSDB), propôs reduzir a verba para obras de irrigação no Nordeste e transformar a seca na Caatinga em ponto turístico. Naquele ano, o Nordeste enfrentava uma dura estiagem que motivou até mesmo uma CPI no Congresso sobre o tema.
A proposta de Doria foi feita em 30 de junho de 1987, durante visita a Fortaleza, onde se encontrou com o então governador do Ceará, Tasso Jereissati, hoje seu colega de partido, e dezenas de empresários locais.
“A Caatinga nordestina poderia ser um ponto de visitação turística e gerar uma fonte de renda para a população sofrida da área, respeitando as características culturais e humanas da população, sem exploração da miséria”, disse Doria segundo a reportagem “Doria Jr. propõe que a seca vire atração turística”, publicada pelo jornal O Globo de 1º de julho de 1987.
De acordo com a publicação, Doria deu duas justificativas para a proposta. A primeira era que os brasileiros tinham o direito de conhecer “a riqueza e a pobreza do Brasil”. A segunda era a suposta maior eficiência da indústria do turismo em comparação com as obras de irrigação no Nordeste.
FONTE: CARTA CAPITAL
FONTE: CARTA CAPITAL
REFUGIADAS: CONGOLESA ENCONTRA O MARIDO EM SÃO PAULO
Loba malembe, loba malembe. A advogada Sylvie Mutiene, 36, repetiu tantas vezes essa frase para seus dois filhos pequenos, de 4 e 2 anos, durante os 45 dias em que permaneceram no navio, que dois meses depois de desembarcarem no Brasil, eles ainda observavam a orientação da mãe e só falavam com ela aos cochichos. Loba malembe, no idioma Lingala, uma das línguas bantus que, além do francês, é falada na República Democrática do Congo, quer dizer "fala baixinho".
O pedido, sempre sussurrado, tinha como predicado o medo. Sylvie viajava clandestinamente num cargueiro e dizia aos filhos que eles poderiam ser jogados ao mar caso fossem descobertos. Não era exagero de mãe e pelo menos dois casos no Brasil sustentam seu temor. Em 2003, por exemplo, seis homens que vinham escondidos da Guiné foram jogados ao mar na costa pernambucana pela tripulação de um navio chinês. Todos foram salvos por outro barco. Em 2012, um navio de bandeira maltesa ficou detido no porto de Paranaguá, no Paraná, porque a tripulação lançou ao mar um jovem camaronês descoberto na embarcação. Resgatado por outro navio, o rapaz denunciou o caso. Para fugir dos homens do presidente congolês, Joseph Kabila, Sylvie decidiu correr o risco.
No poder desde 2001, Kabila, que deveria ter deixado a presidência em dezembro de 2016, fez sucessivas manobras para permanecer no cargo, inclusive uma frustrada tentativa de alterar a constituição para garantir-lhe um terceiro mandato. A população não aceitou e foi às ruas protestar pela sua saída e por novas eleições. Entre os manifestantes frequentes estava Jean De Dieu, diretor de finanças de uma empresa de serviços financeiros e marido de Sylvie. "Ele sabia que era perigoso, mas sempre me dizia 'se você não cuida da política a política cuida de você' e ia participar dos protestos", conta.
Numa manifestação contra a ida do então presidente da França, François Hollande, à capital Kinshasa, para participar da 14a Reunião da Francofonia, que reúne 77 países de língua francesa, em outubro 2012, De Dieu caiu nas mãos da polícia e a vida de Sylvie começou a desmoronar. A oposição ao presidente congolês via na realização do encontro e na ida de Hollande ao país uma oportunidade para Kabila se fortalecer politicamente e foi às ruas protestar.
Nenhum dos lados conquistou plenamente seus objetivos. Entre mortes, torturas e outros abusos por parte do governo, o evento acabou acontecendo, mas Kabila teve que ouvir um discurso de Hollande defendendo a democracia, as liberdades individuais e o direito de um povo eleger seus dirigentes situação e dizer que ainda havia realidades inaceitáveis no Congo.
FONTE:
FACHIN ENVIA DENÚNCIA À CÂMARA
O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu na tarde desta quarta-feira enviar diretamente para a Câmara dos Deputados a denúncia contra o presidente Michel Temer para que os parlamentares decidam se autorizam ou não o julgamento do recebimento da acusação criminal.
Assim que denunciou Temer na segunda-feira à noite, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, havia pedido a concessão de um prazo de 15 dias para que o presidente apresentasse um defesa prévia no STF.
"A Câmara dos Deputados realiza um juízo predominantemente político de admissibilidade da acusação, enquanto compete ao Supremo Tribunal Federal um juízo técnico-jurídico", afirma Fachin em sua decisão. "O juízo político a ser efetivado pela Câmara dos Deputados, deve preceder à análise jurídica por parte do Supremo Tribunal Federal, porque, como visto, assim o determina a correta interpretação da Carta Magna."
A decisão do ministro vai na linha do que pretendia o Palácio do Planalto, porque deve acelerar uma manifestação dos deputados sobre a acusação. O governo acredita ter apoio suficiente para barrar o julgamento pelo STF e que resolver o assunto o quanto antes.
Fachin decidiu comunicar à presidente do Supremo, ministra Cármen Lúcia, para que remeta o pedido de autorização para a Câmara. Caberá a ela encaminhar a acusação para o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), para que o pedido seja avaliado.
FONTE: REUTERS BR
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