Em trajetória descendente há meses, a popularidade de Michel Temer chega a 5%, porcentagem inferior ao índice mais baixo medido pelo Ibope desde o fim da ditadura. Nos levantamentos do instituto, o presidente mais mal avaliado na série histórica foi José Sarney. Em 1989, ano de inflação descontrolada e crise econômica, a popularidade do ex-presidente alçado ao poder pelo Congresso, assim como Temer, era de 7%.
A pesquisa, realizada entre 13 e 16 de julho, ocorreu antes de Temer anunciar o aumento de impostos que incidem sobre os combustíveis, medida que pode ter ampliado ainda mais sua reprovação. Em levantamento anterior, de março deste ano, 10% avaliavam o governo do peemedebista como bom ou ótimo, e 55% como ruim ou péssimo.
A pesquisa Ibope divulgada nesta quinta-feira 27 revela que a rejeição a Temer atingiu 70%. Para 21%, o governo é regular. Na comparação com o governo de Dilma Rousseff, 52% dos entrevistados afirmaram que o peemedebista é pior que a ex-presidenta. Apenas 11% consideram seu governo superior ao da petista. Para 35%, é igual. As perspectivas da população em relação ao futuro da administração são ruins ou péssimas para 65%, regulares para 22%, e ótima ou boas para 9%.
A pior avaliação de Dilma durante seu segundo mandato ainda é superior à popularidade de Temer medida recentemente. No fim de 2015, em meio à tentativa de aplicar o ajuste fiscal, Dilma tinha 9% de aprovação, de acordo com o Ibope. A rejeição à petista na ocasião era igual a de Temer: 70%. Antes do impeachment, o Ibope aferiu que Dilma era aprovada por 13%.
No levantamento, também foram elencados 15 temas mais lembrados pelos entrevistados. Entre todos os assuntos, apenas um não envolve diretamente Temer: a condenação de Lula por Moro. Os temas mais lembrados pela população são desemprego, pedido de impeachment do peemedebista, liberação de verbas para parlamentares votarem a favor do presidente crise política nacional, prisão de Rodrigo Rocha Loures, entre outros.
Nas capitais, a desaprovação de Temer chega a 86%. No interior, é de 69%. Entre as famílias mais pobres, com renda de até dois salários, a rejeição a Temer chega a 72%. A aprovação do presidente é mais alta entre aqueles que ganham mais de cinco salários mínimos: 22% dos entrevistados avaliam seu governo como ótimo ou bom.
FONTE: CARTACAPITAL